O delegado paulista Roberto Von Haydin admitiu no domingo (27) que
mais de 30 tiros foram disparados dentro do 2º Distrito Policial de
Santo André, no ABC na noite de sábado (26).
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o incidente ocorreu "por causa de um erro de interpretação dos policiais do distrito".
O médico Ricardo Seiti Assanome, que tinha ido à delegacia registrar
um boletim de ocorrência por causa de um acidente de trânsito, levou um
tiro na cabeça. Ele morreu na tarde 15 horas depois.
Também baleados, um policial civil e um homem que tinha ido à
delegacia retirar o carro roubado localizado pela polícia permanecem
internados.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os policiais confundiram a
entrada de um policial militar à paisana que buscava abrigo no distrito
contra um ataque de assaltantes. A chegada de um PM, que fugia de
bandidos que o perseguiam, provocou tumulto no interior da DP.
As pessoas que estavam na delegacia para registrar ocorrências, entre
elas, o médico, correram para dentro das áreas internas do distrito
policial. Segundo o delegado, a noiva do médico disse que ao ouvirem os
disparos todos deitaram no chão e ninguém viu mais nada.
Por conta do tumulto, um agente de telecomunicações da delegacia
passou a atirar contra estas pessoas, pensando que fossem marginais
invadindo a delegacia.
Duas delas foram alvejadas. Na confusão, um investigador também fez
um disparo, acertando o agente de telecomunicações por engano.
Ainda segundo a SSP, os criminosos que perseguiam o policial à
paisana não fizeram disparos contra a delegacia nem tentaram invadi-la
porque, após verem o policial militar entrando na delegacia, fugiram.
A Corregedoria da Polícia Civil autuou o agente de telecomunicações
em flagrante por tentativa de homicídio. Com a confirmação da morte na
tarde deste domingo, ele deverá responder ao inquérito por homicídio
simples